Estudo destaca impacto econômico e social do ProUni no Brasil
Instituto Semesp revela que programa criado em 2005 formou mais de
1,1 milhão de alunos e gerou economia de R$ 224 bilhões para o país, mas enfrenta queda no número de alunos e redução na oferta de bolsas
São
Paulo, novembro de 2024 -
O Programa Universidade para Todos (ProUni), criado em 2005,
demonstrou impacto significativo no acesso ao ensino superior no
Brasil. Entre 2005 e 2019, o número de estudantes matriculados por
meio do programa cresceu 543,8%, alcançando um pico de 615.641
beneficiados em 2019. No entanto, de 2019 a 2023, houve uma redução
de 34% de alunos matriculados via programa.
De
acordo com o levantamento do Instituto Semesp, centro de inteligência
analítica do Semesp, no período de 2013 a 2023 o número de
egressos/formados pelo ProUni chegou a 899 mil. Agora, estimando
dados de concluintes do período de 2007 a 2012, o total de formados
chegou a mais de 1,1 milhão de estudantes de baixa renda que
concluíram a graduação com bolsas do ProUni, mostrando a
eficiência como ferramenta para ampliar a inclusão educacional no
país. O programa também gerou uma economia de R$ 224 bilhões ao
longo dos anos, representando mais de 2% do PIB de 2023, considerando
a diferença do custo de um aluno em instituições de ensino
superior federais e o custo pela renúncia fiscal do ProUni.
O perfil dos beneficiados pelo ProUni também reforça sua relevância na democratização do acesso ao ensino superior. Em 2020, 60,6% dos bolsistas eram mulheres, 59,5% se autodeclaravam pretos ou pardos, e 50% tinham até 24 anos. A maior parte dos estudantes (78,4%) recebeu bolsas integrais, enquanto 42,9% estavam localizados na região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, que concentrou 24,2% dos beneficiados, destacando a diversidade e a amplitude de alcance do programa.
Outro
dado relevante do estudo é o impacto qualitativo do programa. Alunos
do ProUni demonstraram taxas de desistência mais baixas (41%) do que
os estudantes de instituições de ensino superior privadas e
públicas sem o benefício, 63% e 53%, respectivamente.
Segundo
Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa
mantenedoras de ensino superior no Brasil, “o estudo mostra a
necessidade de políticas de fortalecimento do ProUni, como maior
oferta de bolsas integrais, retomada das campanhas de divulgação e
flexibilização dos critérios para inclusão de instituições
filantrópicas. O programa continua sendo uma das iniciativas mais
relevantes para democratizar o ensino superior e reduzir as
desigualdades no Brasil”.
A
presidente do Semesp participará do Seminário
de Avaliação do Programa Universidade para Todos (ProUni),
promovido pelo MEC, nesta quinta, dia 28
de novembro,
das 8h30 às 17h40, em Brasília. Durante o evento, a presidente
apresentará, às 14h,
o estudo realizado pelo Instituto Semesp sobre os 20 anos do ProUni,
destacando os resultados alcançados e propondo estratégias para
resgatar o impacto social e educacional do programa. O evento do MEC
tem como objetivo debater o histórico, a transparência e o
monitoramento do programa, além de marcar a recriação da Comissão
Nacional de Acompanhamento e Controle Social do ProUni.
Para o Semesp, os principais desafios que explicam a redução do ProUni são: A não abertura de vagas remanescentes nas edições mais recentes, reduzindo a possibilidade de maior preenchimento das bolsas ofertadas; A instabilidade gerada pela mudança no critério da proporção de vagas há dois anos e a impossibilidade de entidades filantrópicas de educação superior solicitarem vagas adicionais para os cursos já participantes têm desestimulado essas instituições a permanecerem no programa, diminuindo a oferta de bolsas; A necessidade de intensificar as campanhas de divulgação do ProUni, como era feito anteriormente, e revisar os critérios da Bolsa Permanência, atualmente restrita a cursos em tempo integral com carga horária superior a seis horas por dia. Um atrativo seria incluir cursos com carga horária menor, como de Licenciaturas. O estudo evidencia a necessidade urgente de políticas públicas de fortalecimento do ProUni, que continua sendo uma das iniciativas mais relevantes para democratizar o ensino superior e reduzir as desigualdades no Brasil.
Sobre
o Instituto Semesp
O
Instituto Semesp é um centro de inteligência analítica criado pelo
Semesp. Integrado por especialistas com sólida experiência no
levantamento e análise de dados sobre o ensino superior, o Instituto
desenvolve estudos, pesquisas, indicadores e análises estatísticas
referentes ao setor. Seu objetivo é disponibilizar para
pesquisadores, educadores, gestores privados e públicos, jornalistas
e para a sociedade em geral informações relevantes e confiáveis
que lhes permitam tomar decisões, estabelecer estratégias ou
formular políticas públicas, visando o desenvolvimento da educação
superior. O Instituto é responsável por estudos e pesquisas
divulgados anualmente pelo Semesp, como o Mapa do Ensino Superior no
Brasil, a Pesquisa de Empregabilidade, a Pesquisa de Inadimplência e
a Pesquisa sobre Cursos de Especialização Lato Sensu no Brasil,
entre outros diagnósticos considerados essenciais para a compreensão
do setor.
Sobre
o Semesp
Fundado
em 1979, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino
superior do Brasil, tem como objetivos prestar serviços de
excelência e orientação especializada aos seus associados,
oferecer soluções para o desenvolvimento da educação acadêmica
do país. Comprometida com a inovação, a entidade mantém uma
estrutura técnica especializada que realiza periodicamente uma série
de estudos e pesquisas sobre temas de grande relevância para o setor
e promove a interação entre mantenedoras e profissionais de
educação. Realiza também eventos como o FNESP, maior Fórum de
ensino superior da América Latina, o Congresso Nacional de Iniciação
Científica (Conic), o Congresso de Políticas Públicas para o
Ensino Superior e as Jornadas Regionais pelo Interior de São Paulo,
e ainda capacita os profissionais da educação superior por meio da
Universidade Corporativa Semesp.