Saúde mental no setor hospitalar e as adaptações à nova NR-1

Rotina intensa expõe profissionais da saúde ao estresse, ansiedade, depressão e burnout; Fehosp orienta ações de prevenção e suporte aos colaboradores
A
partir de maio de 2025, a atualização da Norma Regulamentadora nº
1 (NR-1), do Ministério do Trabalho e Emprego, exigirá que empresas
realizem a avaliação e gestão dos riscos psicossociais no ambiente
de trabalho. A ação visa promover a saúde mental dos colaboradores
e garantir ambientes mais seguros e produtivos, prevenindo o
desenvolvimento de doenças como o burnout e o estresse crônico.
Dados
do Ministério da Previdência Social apontam que, em 2024, 141.414
pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos ansiosos e
113.604 por episódios depressivos, ocupando a 4ª e a 5ª posição,
respectivamente, no ranking das doenças que mais geraram benefícios
por incapacidade temporária. Os números registrados no ano passado
são maiores do que em 2023, quando transtornos de ansiedade
afastaram 80.276 trabalhadores e depressão, 67.399.
E
quando o ambiente de trabalho é hospitalar? Ao falar dos
profissionais da saúde, essa categoria está exposta ao estresse, à
ansiedade, à depressão e ao burnout, devido a fatores como jornadas
de trabalho intensas, demandas emocionais elevadas, exposição à
morte e ao sofrimento humano. Diante disso, os gestores precisam se
atentar à implementação de medidas que promovam a saúde mental
dos colaboradores, garantindo que os riscos psicossociais sejam
identificados e devidamente gerenciados.
“Os
profissionais de saúde enfrentam desafios diários que impactam
diretamente sua saúde mental. A implementação de práticas de
prevenção ao estresse, burnout e outras condições relacionadas à
saúde mental é uma responsabilidade que todos devemos assumir.
Cuidar dos nossos colaboradores é garantir que eles possam continuar
oferecendo o melhor atendimento possível aos pacientes”, fala o
diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais
Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. O setor
filantrópico de saúde é responsável por mais da metade dos
atendimentos de média e alta complexidade do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Rogatti
frisa que é essencial capacitar líderes e gestores para que possam
identificar problemas relacionados à saúde mental e atuar de forma
proativa, criando um ambiente que favoreça a comunicação aberta e
a gestão adequada dos conflitos. “Uma prática relevante, por
exemplo, é agendar conversas periódicas entre gestores e
colaboradores, onde os profissionais possam expressar preocupações
e relatar sinais de estresse excessivo ou esgotamento emocional.
Criar espaços para que os profissionais possam compartilhar suas
dificuldades e experiências, promovendo a troca de apoio emocional e
a escuta ativa, também é uma iniciativa significativa”,
destaca.
Outra
questão importante, segundo ele, é incentivar práticas que
promovam um ambiente mais colaborativo, respeitoso e equilibrado, com
a implementação de políticas que previnam o assédio moral e a
violência no trabalho.
Rogatti pontua, ainda, que a adoção de práticas que promovam a saúde mental no ambiente hospitalar também contribui para a retenção de talentos nas instituições hospitalares. “Profissionais que se sentem apoiados em sua saúde mental têm mais chances de permanecer em suas funções e de se engajar de forma mais produtiva com suas equipes e pacientes. É fundamental criar uma cultura organizacional que valorize de forma contínua a saúde mental dos colaboradores, com práticas consistentes de apoio psicológico, treinamentos e monitoramento dos ambientes de trabalho”, conclui.
Crédito da foto: Divulgalçao/Freepik
Legenda: Instituições devem incentivar práticas que promovam um ambiente mais colaborativo
Sobre
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Há
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