‘Escola de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado’: Peça que utiliza a sátira para propor reflexões sobre o machismo tóxico terá sessão dia 22 de março, no Sesc São João de Meriti

O espetáculo do Grupo Lunar de Teatro será apresentado pela primeira vez no Rio de Janeiro, em um circuito que passará no Sesc Valença (14 de março), Sesc Teresópolis (21 de março) e Sesc Niterói (5 de dezembro)
Considerada ousada para a época, “Escola de Mulheres” é uma peça de teatro escrita por Molière no século XVII, que ridicularizava a alta sociedade masculina por meio da exposição de suas atitudes risíveis para manter o domínio sobre as mulheres. Agora, o texto ganha canções, comicidade e técnicas da commedia dell'arte em uma adaptação comandada pelo Grupo Lunar de Teatro, de São Paulo. O espetáculo “Escola de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado” será apresentado pela primeira vez no Rio de Janeiro, em um circuito pelo estado, que passará pelo Sesc São João de Meriti, dia 22 de março, às 18h, com ingressos a partir de R$7,50 (meia-entrada). A apresentação será acessível em libras.
A peça ainda será apresentada no Sesc Rosinha de Valença (14 de março), Sesc Teresópolis (21 de março) e Sesc Niterói (5 de dezembro).
A peça tem idealização de Suzana Muniz - que também é responsável pela direção e adaptação; e de Mau Machado - que assina a direção musical, música e letras. No elenco, Ana Clara Fischer, Angelina Miranda, Elvis Zemenoi, Lucas Sabatini, Mau Machado, Pamella Bravo, Suzana Muniz e Tom Freire.
A narrativa de “Escola de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado” é contada a partir da fusão da cultura europeia do século XVII, que traz os tipos da commedia dell’arte, com o folclore popular brasileiro e seus elementos carnavalescos, além de buscar inspiração nas tradições afrobrasileiras e suas divindades como a Pombagira, representando a sensualidade e libertação feminina. Essa fusão traz à cena um espetáculo visualmente colorido, alegre e ritualístico, que também tem como base a linguagem de coro cênico.
No palco, assim como na história original, Inês (Ana Clara Fischer) é uma jovem inocente destinada a casar-se com Arnolfo (Mau Machado), um velho burguês que a escolheu quando ainda era uma criança e a educou para ser uma esposa, submissa e dependente. Entretanto, nesta livre adaptação, quando a jovem chega na idade de se casar, um sonho a desperta para um caminho diferente daquele arquitetado por seu suposto benfeitor.
Escrita
há quase 400 anos, “Escola de Mulheres” continua sendo um texto
extremamente atual. Em cena, o Grupo Lunar de Teatro joga luz sobre
as reflexões de Molière, revendo a história pelo olhar feminino e
com uma crítica ao machismo limitante, reforçando a importância da
sororidade entre mulheres para enfrentar o patriarcado estrutural.
“Apesar da perspectiva original para a época, Molière manteve no núcleo patriarcal todas as discussões e decisões importantes do enredo da peça. A presença da mulher continuava sendo secundária. Por essa razão, a adaptação que trazemos mantém o canovaccio do autor mas atualiza o texto, alterando algumas passagens para dar voz às personagens femininas já presentes no texto original e trazendo novas vozes na forma das narradoras, responsáveis por um olhar externo (cúmplice do público) de quem conhece a história e sabe que ela deveria seguir outro rumo”, afirma Suzana Muniz.
A comédia, a sátira e as canções entram em cena como um recurso para abordar as temáticas de maneira leve, mas também acessível ao público.
“Falar por meio da sátira, do riso, da ironia e da música, trazendo temas urgentes através de um teatro mambembe, popular, sem a quarta parede, permite uma conexão única com a plateia. O riso é usado aqui como arma poderosa para aproximar o tema, tão delicado, a um público mais amplo, criticando o machismo limitante com leveza e alegria e apontando uma saída através da união e da sororidade feminina”, explica a diretora e idealizadora da peça.
Peça surge em momento conturbado da política brasileira
“Escola
de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado” nasceu em 2018, em São
Paulo, quando o Brasil passava por uma fase de retrocessos em relação
aos direitos das minorias.
“Comecei
a buscar um texto clássico que pudesse mostrar o quanto as ideias
pregadas naquele momento eram ultrapassadas. Durante esse processo, o
Mau Machado se deparou com o livro ‘Escola de Mulheres’ em um
sebo e trouxe a ideia de um coro de mulheres que pudessem, através
do canto, apontar os absurdos do patriarcado. A partir daí começamos
a desenhar o projeto”,
revela Suzana, que também é líder do Grupo Lunar de Teatro, que
tem em seu DNA a linguagem do coro cênico.
As canções são elemento-chave na obra e aportam uma musicalidade que mistura influências renascentistas com raízes, composições e arranjos brasileiros, mesclando o lírico com o popular, com o objetivo de provocar uma reflexão para além da sátira em texto, tornando-se um elemento fundamental ao compor um alerta crítico sobre o patriarcado.
“Desde o princípio, Mau Machado, criador e compositor das músicas originais da peça, queria trabalhar os temas com distanciamento, trazendo um olhar crítico para as situações da cena. Durante o processo de criação da peça foram levantados textos de escritoras como Joice Berth, Djamila Ribeiro, Bell Hooks, Silvia Federici e Maureen Murdock, entre outras, que inspiraram escritas das próprias atrizes. E esses textos serviram então de alimento para as letras originais das canções do espetáculo”, explica Suzana.
A peça já cumpriu temporadas em importantes casas paulistanas como o Teatro Itália e o Espaço Parlapatões, além de ter sido aclamada em festivais como o FENATEVI (Festival Internacional de Teatro da Cidade de Vitória) e o FNTRP (Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto). Após passar por 12 cidades do interior de São Paulo, a circulação do espetáculo chega ao Rio de Janeiro impulsionada pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2025.
SINOPSE:
“Escola
de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado” é uma livre
adaptação do original de Molière, que alterna a narrativa do
texto para as vozes femininas fazendo uma crítica ao machismo
limitante. Inês é uma jovem inocente destinada a casar-se com
Arnolfo, um velho burguês que a escolheu quando ela ainda era uma
criança e a educou para ser uma esposa submissa e dependente.
Entretanto, nesta versão do Grupo Lunar, quando a jovem chega na
idade de se casar, um sonho a desperta para um caminho diferente
daquele arquitetado por seu suposto benfeitor.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Molière
Idealização: Suzana Muniz e Mau Machado
Direção geral e adaptação: Suzana Muniz
Direção musical, música e letra: Mau Machado
Arranjos: Grupo Lunar de Teatro
Elenco: Ana Clara Fischer, Angelina Miranda, Elvis Zemenoi, Lucas Sabatini, Mau Machado, Pamella Bravo, Suzana Muniz e Tom Freire
Preparação vocal: Ana Clara Fischer
Preparação corporal de Commedia Dell'Arte: Flávia Bertinelli
Preparação corporal de coro cênico: Mau Machado e Suzana Muniz
Consultoria de tradições afro-brasileiras: Claudia Alexandre
Cenografia e elementos cênicos: Vitor Ugo
Máscaras: Rafael Mariposa
Figurino: Daíse Neves
Luz: Dida Genofre
Operação de luz: Dida Genofre e Jessica Estrela
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Identidade Visual: Mau Machado
Assessoria de imprensa: Mario Camelo - Prisma Colab
Direção de Produção: Suzana Muniz
Assistente de Produção: Victor Moretti
Realização: Grupo Lunar de Teatro
SERVIÇO:
Escola de Mulheres - Uma Sátira ao Patriarcado
90 minutos. 12 anos.
Datas:
14/3 (sexta-feira) - SESC Rosinha de Valença, às 20h
21/3 (Sexta-feira) - SESC Teresópolis, às 19h30
22/3 (sábado) - SESC São João de Meriti, às 18h
05/12 - SESC Niterói
Valores:
SESC Rosinha de Valença:
Ingressos gratuitos, retirados uma hora antes da apresentação.
SESC Teresópolis e SESC São João de Meriti:
R$ 15 (inteira)
R$ 7,50 (meia entrada para casos previstos por lei, estendida a professores e classe artística mediante apresentação de registro profissional e conveniados )
R$ 5,00 (credencial plena Sesc)
Gratuito (PCG)
Todas as apresentações terão tradução simultânea em libras.
SIGA GRUPO LUNAR DE TEATRO:
Instagram: https://www.instagram.com/grupolunardeteatro/
Youtube: https://www.Youtube.com/GrupoLunardeTeatro
SOBRE
O GRUPO LUNAR DE TEATRO:
O
Grupo Lunar de Teatro foi idealizado em 2018 por Suzana Muniz -
atriz, diretora e produtora - e Mau Machado - ator e músico. Ambos
fizeram trabalhos relevantes junto a diretores conceituados no
cenário teatral paulistano. Como parte de sua pesquisa cênica, a
dupla ministrou cursos de corpo e voz na Oficina Cultural Oswald de
Andrade (2018) e na SP Escola de Teatro (2020) e foi responsável
pela preparação do coro da peça "Condomínio Visniec",
com direção de Clara Carvalho. Por este trabalho a dupla ganhou,
em 2020, o 20o Prêmio Cenym de Teatro de Melhor Preparação
Corporal. Em 2021, com o apoio da Lei Aldir Blanc, foi lançada a
peça audiovisual surrealista "O Homem do Besouro", com
elenco provenientes de oficinas ministradas pela dupla e a
participação especial de Mariana Muniz como a voz da narradora. A
dupla também desenvolveu, em 2020, dois projetos musicais online
com músicas autorais de Mau Machado e direção de roteiro de
Suzana Muniz: “Senhores do Tempo" para os miniconcertos
virtuais do #coraluspemcasa e “Enquanto a Minha Sombra Valsar”,
ambos disponíveis no Youtube do Grupo Lunar de Teatro. No início
de 2022 o Grupo Lunar de Teatro ganhou o edital de chamamento para
residência artística no Teatro de Incêndio, onde desenvolveu
uma pesquisa de coro cômico sobre a dramaturgia de Molière que
resultou no espetáculo Escola de Mulheres - Uma Sátira ao
Patriarcado e em sua versão pocket, Opereta Lunar, de música e
poesia, apresentada no Festival Jornadas - Novo Anhangabaú em
janeiro de 2023. O espetáculo teve sua abertura de processo em
outubro de 2022 na SP Escola de Teatro, realizou sua temporada de
estreia no Teatro Itália Bandeirantes em agosto de 2023, participou
dos festivais Satyrianas e Festival Nacional de Teatro de Cidade
Vitória em outubro/2023, em novembro do mesmo ano finalizou sua
segunda temporada em São Paulo, no Espaço Parlapatões e foi
contemplado com o Edital Lei Paulo Gustavo 20/2023 – Difusão
Cultural com o qual circulou pelo interior de São Paulo de agosto
de 2024 a janeiro de 2025.